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Na manhã desta sexta-feira (14), cerca de 800 sem-teto protestaram em Brasília contra a Copa ds Confederações
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
O entorno do Estádio Nacional Mané Garrincha, em
Brasília, é palco nesta sexta-feira de um protesto de cerca de 800
pessoas. Com barricadas e queima de pneus, os manifestantes interditaram
parte do acesso à região da arena, que recebe o jogo Brasil x Japão pela primeira rodada do Grupo A da Copa das Confederações.
A manifestação seria organizada pelo Movimento Copa Para
Quem?, que integra diversos movimentos sociais – entre eles, o
Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). O grupo já havia feito
semelhante protesto na inauguração do estádio para pedir moradias.
Segundo os organizadores, o custo da reforma do estádio –
que superou R$ 1,2 bilhão, segundo relatório do deputado federal
Romário – foi todo bancado pelo governo do Distrito Federal. O DF, por
sua vez, levantou a verba vendendo terrenos da Companhia Imobiliária de
Brasília (Terracap) à iniciativa privada.
O grupo que protesta nesta sexta-feira afirma que os
terrenos vazios na região do estádio poderiam virar moradias populares.
Segundo o MTST, mais de 1,5 mil famílias estão desabrigadas em Brasília e
nas cidades-satélites.
Na manifestação, o Movimento Copa Para Quem? promoveu a
queima de pneus na Avenida Eixo Movimental, uma das principais da
capital federal, provocando muita fumaça na região. O trânsito foi
parcialmente bloqueado.
No manifesto divulgado pelos articuladores, o Copa Para
Quem? promete realizar "durante toda a semana uma série de ações e atos
em diversas cidades do País (...) e denunciar as violações de direitos
humanos que estão ocorrendo por conta da realização dos megaeventos
esportivos (Copa do Mundo 2014 e Olimpíada 2016) e dos megaprojetos".
Polícia negocia e leva manifestantes à sede do governo
Por volta das 11h15, a manifestação no Eixo Monumental
perdeu força, permitindo que os policiais retirassem da pista os pneus.
Os manifestantes então partiram para o Palácio do Buriti, sede do
governo do Distrito Federal. Até aqui, as forças de segurança negociam
com os manifestantes, mas desvincula as ações dos grandes torneios
esportivos no País.
“É hiperativo para o governo federal que não se cause
prejuízo para a população de Brasília, que se abra o eixo. Uma vez
aberto, vou convidar os integrantes do movimento para que sigam ao
Palácio do Buriti. Estou aguardando os líderes do movimento para que eu
possa mobilizar os órgãos necessários do governo para conversar com os
manifestantes. Pediram uma série de demandas que não tem envolvimento
nenhum com Copa do Mundo. A Copa do Mundo é um ato perfeito para a
sociedade de Brasília”, disse o tenente-coronel Rogério Leão, chefe da
Casa Militar do DF, que foi além.
“As demandas deles serão avaliadas pelos órgãos
competentes do governo. Todos os atos feitos para a Copa do Mundo foram
feitos dentro dos princípios legais. Em momento algum nenhum movimento
foi prejudicado. O governo tem planos de moradia, tem trabalhado a todo
instante por essas questões. Já criou mais de 50 mil moradias para a
população em geral”, completou. Curiosamente, ao chegar à sede do
governo, a cerca de 200m do local do protesto, o grupo se encontrou com
outra manifestação - desta vez, de técnicos de enfermagem, que prometem
igualmente marcha ao estádio caso não sejam atendidos pelo governo.
Segundo Leão, os manifestantes chegaram às imediações do
estádio dentro de caminhões frigoríficos. O militar prometeu reforço na
segurança do local para a partida entre Brasil e Japão neste sábado,
pela abertura da Copa das Confederações. O jogo pelo Grupo A será o
único em Brasília pela Copa das Confederações.
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