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sexta-feira, 3 de agosto de 2012

EUA arrasam a Nigéria e pulverizam recorde brasileiro com 156 pontos


Americanos fazem sua exibição mais impressionante em Londres, superam marca de Oscar & Cia e anotam maior pontuação da história dos Jogos

Por Rodrigo Alves Direto de Londres, Inglaterra
Estados Unidos vence a Nigéria no basquete em Londres  (Foto: Getty Images)Placar histórico: 156 a 73 para os Estados Unidos
na noite desta quinta-feira (Foto: Getty Images)
Um tiro de três, uma bandeja, uma enterrada, um punhado de passes de costas e uma avalanche de 49 pontos em dez minutos. Em apenas um quarto na noite de quinta-feira, a seleção americana transformou a Nigéria em terra arrasada e fez um estrago que começou a respingar lá atrás, em 1988. Mais especificamente no 23 de setembro dos Jogos de Seul, quando o Brasil de Oscar Schmidt massacrou o Egito por 138 a 85. Era o recorde de pontos do basquete em Olimpíadas. Era. Foi. Evaporou. Quando os astros da NBA decidem que é dia de jogar sério, não há recorde que fique de pé. Três quartos depois daqueles 49, a vitória arrasadora por 156 a 73 saiu direto da Arena em Londres para a história do esporte.
Cento e cinquenta e seis pontos. Nunca ninguém chegou tão longe, e fica difícil imaginar que alguém um dia chegará - a não ser a própria seleção americana, que ainda jogará cinco vezes em Londres.
Com astros do calibre de LeBron James e Kobe Bryant em quadra, coube a um coadjuvante a honra de quebrar o recorde. A 4m37s do fim, Andre Iguodala recebeu a bola na direita e chutou de três. Foi apenas um dos 29 tiros de três certeiros dos americanos na partida. E estava feita a história.
- Nós arremessamos melhor do que qualquer time em qualquer jogo em que eu já estive. Nossos jogadores simplesmente não conseguiam errar. É muito difícil perder jogando dessa forma. Espero que tenhamos economizado um pouco para as próximas partidas - afirmou o técnico americano Mike Krzyzewski após o duelo, com a mesma expressão serena de sempre, sem esboçar um sorriso.
Carmelo Anthony na partida dos Estados Unidos contra a Nigéria (Foto: AP)Com 37 pontos, Carmelo Anthony se tornou o maior cestinha americano em um jogo de Olimpíadas(Foto: AP)
Enquanto Coach K tentava evitar a euforia após o triunfo, o técnico da Nigéria não encontrou outra saída a não ser a do bom humor. Elogiou o adversário, admitiu que sua seleção cometeu erros demais e arrancou risadas ao falar sobre o treinador rival.
- Coach K é um dos grandes modelos para a minha carreira. Informação que ele pode querer renegar depois desse jogo - afirmou Ayodele Bakare.
Como se não bastasse a marca dos pontos, a seleção americana enfileirou outros recordes para o país nos Jogos: Carmelo Anthony, com 37 pontos, tornou-se o maior cestinha da equipe em uma partida de Olimpíadas, sem falar nas melhores performances coletivas de arremessos (81% nos chutes de dois e 63% nos de três) e as incríveis 41 assistências. De quebra, o time superou o Dream Team original de 1992, que tinha feito no máximo 127 pontos num jogo.
Em 1988, Brasil arrasou o Egito
Vinte e quatro anos atrás, na fase de grupos dos Jogos de Seul, o Brasil chegou ao recorde que durou até a noite desta quinta-feira. A vitória por 138 a 85 veio numa época em que o basquete era outro, dividido em dois tempos de 20 minutos em vez dos quatro quartos de hoje. O arremesso de três estava em vigor na Fiba havia apenas quatro anos, e as equipes ainda buscavam se adaptar. Oscar foi o cestinha da seleção naquela partida com 39 pontos, dois a mais que a marca pessoal de Carmelo. Marcel foi o coadjuvante com 22, enquanto Gerson pegou nove rebotes e Maury distribuiu 11 assistências - o Brasil teve 26 passes no total, bem menos que os 41 dos EUA contra a Nigéria.
LeBron James na partida dos Estados Unidos contra a Nigéria (Foto: Agência Getty Images)Kobe Bryant fez 14 pontos no primeiro quarto e abriu caminho para a vitória (Foto: Agência Getty Images)
Em Londres, o jogo já começou com 13 a 0 para os americanos, até a Nigéria acertar um par de lances livres. Kobe Bryant, que vinha discreto na competição, fez logo 14 pontos em menos de seis minutos. LeBron James jogava de garçom, e Kevin Durant derrubava uma cesta de três atrás da outra. Esquecendo a defesa e se concentrando no ataque, a equipe de Mike Krzyzewski fechou a parcial em 49 a 25.
Russell Westbrook na partida do Estados Unidos contra a NIgéria (Foto: Reuters)Westbrook sobe para a cravada (Foto: Reuters)
O armador nigeriano Tony Skinn teve seu momento de glória no segundo quarto, quando deixou o barbudo James Harden caído de pernas abertas com um drible. Era mais ou menos o que a equipe africana podia fazer, nada muito além disso. Na saída para o intervalo, o placar já impressionava a torcida: 78 a 45.
Veio o terceiro quarto e, sabendo ou não da quebra iminente do recorde, os americanos não tiraram o pé do acelerador. Com um show de lances de efeito, foram derrubando marcas. O terceiro período terminou com uma ponte aérea dupla de Kevin Love para Russell Westbrook - os dois no ar trocando passes. Fim de papo no período, com 119 a 62.
No último quarto, a marca de 127 do Dream Team caiu, e pouco depois veio o lance de Iguodala, a cesta que será repetida por um bom tempo no mundo todo. A expectativa passou a ser a casa dos 150, que também foi quebrada com o pé nas costas. Àquela altura, passando da meia-noite em Londres, parte da plateia deixou as arquibancadas. Provavelmente sem saber que a História, com H maiúsculo, estava passando ali na frente.
enterradas na partida dos Estados Unidos contra a Nigéria (Foto: AP)Com show de enterradas, Londres viu uma noite histórica para o basquete olímpico (Foto: AP)

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