Hiperativo desde pequeno, velocista jamaicano tenta reforçar nos Jogos Olímpicos de Londres o status de homem mais rápido de todos os tempos
Aquele mês de agosto de 1986 parecia não ter fim. Jennifer Bolt estava
ansiosa pela chegada do filho, que veio ao mundo sem muita pressa, uma
semana e meia depois do previsto. Foi a única vez que a mãe se lembra de
ter visto Usain em ritmo lento. Pouco tempo depois, o comportamento já
era completamente diferente. Além da força, o irrequieto herdeiro
recebeu o diagnóstico de hiperatividade. Para Jennifer, a culpa foi dos
doces que comeu durante a gravidez. Para ele, destino.
Durante as Olimpíadas, ele arrancou aplausos e sorrisos das arquibancadas no Ninho do Pássaro. O show foi completo. Apresentação com olhar confiante e brincadeira, corrida perfeita, adversários no bolso, recorde mundial, pose da vitória com os dedos apontados para o céu. Três vezes assim. Ninguém conseguiu sequer ameaçá-lo nos 100m (9s69), 200m (19s30) e 4x100m (37s10). Ele se tornou o nono homem a vencer as duas provas mais velozes do atletismo nos Jogos Olímpicos. Antes dele, de Archie Hahn (EUA) em Saint Louis-1904; Ralph Craig (EUA) em Estocolmo-1912; Percy Williams (CAN) em Amsterdã-1928; Eddie Tolan (EUA) em Los Angeles-1932; Jesse Owens (EUA) em Berlim-1936; Bobby Morrow (EUA) em Melbourne-1956; Valery Borzov (URSS) em Munique-1972; e Carl Lewis (EUA) em Los Angeles-1984.
O homem mais rápido do planeta resolveu abrir mão da competição da qual participaria na reta final de preparação para Londres. Também preferiu não dar mais entrevistas. Queria se dedicar totalmente à recuperação de uma lesão no músculo posterior da coxa que estaria limitando suas performances. Voltou aos treinos e segue com o objetivo traçado para este ciclo e que ele não escondeu de ninguém nos últimos anos:
- Meu objetivo é me transformar em uma lenda, e estou trabalhando muito para conseguir - disse Bolt.
O jamaicano Usain Bolt e a rotina de cruzar a linha de chegada em primeiro lugar (Foto: Getty Images)
O excesso de energia e os centímetros a mais que o destacavam entre os
amigos de escola do vilarejo de Sherwood Content, em Trelawny na
Jamaica, fizeram Usain procurar pelo críquete. A altura lhe dava
vantagem como lançador, mas o técnico enxergou algo a mais nele. Sugeriu
que se arriscasse nas pistas. Estava certo. Aquele menino era o mais
rápido entre os outros e não custou para ser o mais veloz de todo o
mundo. Primeiro na base, depois no absoluto. Diz o pai que o inhame, que
tinha que comer mesmo que a contragosto, seria o segredo por trás de
sua velocidade.
Jennifer Bolt, mãe de Usain: doces na gravidez
turbinaram o filho (Foto: Reprodução SporTV)
Aos 15 anos, foi o mais jovem vencedor do 200m rasos na história do
Mundial Júnior. Em 2004, bateu o recorde da prova na categoria. Três
temporadas mais tarde, conquistou duas medalhas de prata no Mundial de
Osaka: uma em sua especialidade e outra no 4x100m. Jennifer e o marido
Wellesley, de quem Usain herdeu a altura - tem 1,96m - não escondiam o
orgulho. A família não tinha muitas posses e as vitórias dele também
traziam melhorias para a região onde moravam. Os pais continuaram
apoiando, acompanhando e mantendo a criação do filho na rédea curta. Ele
não reclamava. É grato aos dois pela dedicação e ensinamentos. Lições
que o ajudaram a dar um recado aos adversários às vésperas dos Jogos de
Pequim-2008. Bolt bateu o recorde mundial dos 100m rasos em Nova York:
9s72. Era só um aperitivo do que estava por vir.turbinaram o filho (Foto: Reprodução SporTV)
Durante as Olimpíadas, ele arrancou aplausos e sorrisos das arquibancadas no Ninho do Pássaro. O show foi completo. Apresentação com olhar confiante e brincadeira, corrida perfeita, adversários no bolso, recorde mundial, pose da vitória com os dedos apontados para o céu. Três vezes assim. Ninguém conseguiu sequer ameaçá-lo nos 100m (9s69), 200m (19s30) e 4x100m (37s10). Ele se tornou o nono homem a vencer as duas provas mais velozes do atletismo nos Jogos Olímpicos. Antes dele, de Archie Hahn (EUA) em Saint Louis-1904; Ralph Craig (EUA) em Estocolmo-1912; Percy Williams (CAN) em Amsterdã-1928; Eddie Tolan (EUA) em Los Angeles-1932; Jesse Owens (EUA) em Berlim-1936; Bobby Morrow (EUA) em Melbourne-1956; Valery Borzov (URSS) em Munique-1972; e Carl Lewis (EUA) em Los Angeles-1984.
No aeroporto de Londres, Bolt virou estátua: a caminho de se tornar uma lenda do esporte (Foto: AP)
Sem freio, Bolt continuou voando. No Mundial de Berlim de 2009, mais
três ouros e duas novas quebras de recorde: 100m (9s58) e 200m (19s19).
Se os rivais não conseguiam pará-lo, só restava torcer para que
cometesse um erro. E ele aconteceu, no ano passado, no Mundial de Daegu.
Frustração que guarda até hoje. Estava pronto para cruzar a linha de
chegada na frente, só que não chegou nem perto dela. Queimou a saída,
foi desclassificado e viu seu compatriota Yohan Blake vencer. No fim do
mês passado, nas seletivas jamaicanas para as Olimpíadas, Blake repetiu a
dose. Só que com Bolt na raia ao lado. Deixou o segundo lugar para o
companheiro de treino nas duas provas na qual é rei. O sinal de alerta
estava ligado.O homem mais rápido do planeta resolveu abrir mão da competição da qual participaria na reta final de preparação para Londres. Também preferiu não dar mais entrevistas. Queria se dedicar totalmente à recuperação de uma lesão no músculo posterior da coxa que estaria limitando suas performances. Voltou aos treinos e segue com o objetivo traçado para este ciclo e que ele não escondeu de ninguém nos últimos anos:
- Meu objetivo é me transformar em uma lenda, e estou trabalhando muito para conseguir - disse Bolt.
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